A economia de Urubici é baseada na produção de hortifrutigranjeiros, que crescem no solo fértil do vale do rio Canoas. O clima temperado também favorece a produção de maçãs e a criação de trutas, peixes de água fria. A cidade, porém, se originou com a vinda de indústrias madeireiras para a região, nos anos 50. No final da década de 80, contudo, os empregos minguaram com o fechamento da maioria delas, que se deslocaram para o Norte do país. Das mais de 30 madeireiras em atividade na época, restam hoje apenas duas.
A debandada das empresas deixou um rastro de desemprego e devastação. A mata de araucárias, que pertence à mata atlântica e cobre os três Estados do Sul, teve sua área reduzida a 6.000 km² dos 200 mil km² originais, segundo dados da Fupef (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná).
O auge da exploração ocorreu nas décadas de 50, 60 e 70. Nesse período, a arau-cária chegou a corresponder a 5% do valor de todas as exportações brasileiras. Hoje, porém, a atividade está em franca decadência devido à redução na quantidade de espécimes e às ações restritivas do Ibama e da Polícia Ambi-ental. “Quando o Ibama chegou à cidade, em 1990, a indústria madeireira já estava decadente.
Os estoques remanescentes não justificam mais a atividade econômica”, diz Luis Alberto Fernandes, 55, diretor do Parque Nacional de São Joaquim, em Urubici, rebatendo as críticas de que teria sido a instituição a responsável pelo fechamento das empresas. Para ele, madeireiros e população deveriam se unir para regularizar o parque nacional, a fim de criar uma área protegida para as araucárias e evitar sua extinção.